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26 de abril de 2010

PRESIDENTE DA REPÚBLICA DO ESTADO NOVO: AMÉRICO TOMÁS

Américo Tomás
Américo Tomás
(n.1894 m.1987)

Almirante e Presidente da República Portuguesa (1958-1974), deposto pela revolução de 25 de Abril de 1974.
 Era ministro da Marinha quando Salazar o propôs para disputar as eleições contra o General Humberto Delgado, candidato da oposição política democrática, vencido com recurso à fraude.
Depois do 25 de Abril de 1974 esteve exilado no Brasil, tendo regressado em 1979.
Publicou as suas memórias com o título de As duas últimas décadas de Portugal.

PRESIDENTE DA REPÚBLICA DO ESTADO NOVO: CRAVEIRO LOPES

Francisco Higino Craveiro Lopes
Nasceu em Lisboa a 12 de Abril de 1894, e faleceu também em Lisboa a 2 de Setembro de 1964.
Filho de João Carlos Craveiro Lopes e de Júlia Clotilde Cristiano Craveiro Lopes. Uma família de tradição militar. O pai foi combatente na Flandres e prisioneiro em La Lys, durante a I Grande Guerra, militar do regime do Estado Novo, exerceu funções de governador-geral da Índia e de comandante da l.ª Região Militar. Casou com Berta Ribeiro Artur. Do casamento teve quatro filhos.
CARREIRA ACADÉMICA
Frequentou e concluiu o Colégio Militar a 23 de Julho de 1911. Frequentou a Escola Politécnica de Lisboa.
CARGOS DESEMPENHADOS ATÉ À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Alistou-se como voluntário no Regimento de Cavalaria 2, em 1911. Como 1º. sargento-cadete tira o curso de Cavalaria na antiga Escola do Exército, ingressando posteriormente na Aeronáutica Militar.
Tira em 1917 o curso de piloto militar, na Escola de Aviação francesa, em Chatres, sendo na altura promovido a tenente.
Em Março de 1922, exerce as funções de instrutor de pilotagem, como capitão piloto aviador.
 Em 1926, colocado na Aeronáutica Militar, é nomeado director da Divisão de Instrução da Escola Militar, cargo que exerce até 1929. Voltando a exercer a mesma função em 1932, e também em 1939, por períodos curtos.
Em 1930, como major, exerce as funções de chefe da Repartição do Gabinete do governador-geral da Índia.
De 1933 a 1934 ocupa a chefia do Gabinete do governador-geral da Índia, cargo que volta a exercer alguns meses em finais de 1936. É, em 1934, governador interino do distrito de Damão, cargo mais tarde confirmado com as atribuições de intendente. Sendo mesmo encarregado do Governo-Geral da Índia em 1936.
Em 1939, como tenente-coronel, comanda a Base Aérea de Tancos.
Em 1943, tira o curso de Altos Comandos e é chamado para o Instituto de Altos Estudos Militares com funções docentes.
De 1944 a 1950, exerce as funções de comandante-geral da Legião Portuguesa.
De 1945 a 1949 é eleito, pelo distrito de Coimbra, representante na Assembleia Nacional, cargo que acumula com o de comandante da Base Aérea da Terceira.
Em 1945, é promovido a brigadeiro. Em 1949, é promovido a general. Em 1951, é nomeado comandante da 3.ª Região Militar, cargo que acumula com as funções docentes no Instituto de Altos Estudos Militares. A 21 de Julho de 1951, é eleito para a Presidência da República.
O seu mandato terminou em Julho de 1958, apesar de ter intenção de se recandidatar. No entanto, a União Nacional apoia Américo Tomás.
ELEIÇÕES
Disputou a campanha eleitoral indicado pela União Nacional.
Pela oposição democrática e republicana concorreu o almirante Quintão Meireles.
Pelo Partido Comunista apresentou-se o professor Ruy Luís Gomes. Este último foi considerado sem idoneidade, portanto não elegível, pelo Supremo Tribunal, ao abrigo da Lei n.º 2048, de 11 de Junho de 1951, que introduziu novas alterações ao texto constitucional de 1933.
O almirante Quintão Meireles desistiu. Foi forçado a retirar a sua candidatura na véspera das eleições.
Não houve pois opositores à eleição, tendo Craveiro Lopes ganho com cerca de 80 % dos votos feitos.

PRESIDENTE DA REPÚBLICA DO ESTADO NOVO: ÓSCAR CARMONA

Óscar Carmona
(n.1869 m.1951)
Oficial de cavalaria, encarregado durante a primeira República de reestruturar o exército, tomou, no entanto, posição de destaque na defesa e absolvição dos implicados no golpe de Abril de 1925.
Um ano mais tarde encontrou-se envolvido nos preparativos do 28 de Maio, embora não tenha participado nas manobras militares.
Foi nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros do primeiro Governo saído do 28 de Maio.
Ao chefiar o golpe que conduziu ao afastamento de Gomes da Costa, Carmona tornou-se o líder máximo da ditadura, institucionalizando-a e colocando à sua frente um homem que progressivamente foi ganhando uma posição de relevo - Salazar.
Em 1928 apresentou-se como candidato único às Eleições Presidenciais, cargo que iria ocupar vezes sucessivas até à sua morte.

LÍDER DO ESTADO NOVO: MARCELO CAETANO

Marcelo Caetano
(n.1906 m.1980)
Político de formação ultraconservadora, influenciada pela geração integralista que o precedeu, foi catedrático da Faculdade de Direito de Lisboa e, designadamente a partir de 1940, enveredou pela carreira política, exercendo os mais altos cargos sob o regime ditatorial salazarista: comissário nacional da Mocidade Portuguesa, ministro das Colónias e presidente da Câmara Corporativa.
Em 1968 devido a doença súbita de Salazar, ocupou o cargo de ministro da Presidência do Conselho até à revolução de 25 de Abril de 1974.
Deixou vasta obra publicada, não só no âmbito do direito administrativo e corporativo, como no da investigação histórica.
Morreu exilado no Brasil em 1980.

LÍDER DO ESTADO NOVO: OLIVEIRA SALAZAR

António de Oliveira Salazar
(n.1889 m.1970)
Político nascido em Santa Comba Dão (Viseu), frequentou o Seminário, mas abandonou a carreira religiosa para se matricular na Faculdade de Direito de Coimbra em 1910. Foi professor da Universidade de Coimbra de 1917 a 1926. Aceita o cargo de Ministro das Finanças, no governo saído do golpe militar de 28 de Maio de 1926 que derrubou a I República , lugar que ocupa por brevíssimos 13 dias. Regressando a Coimbra, retoma o seu lugar de professor catedrático, mas em breve voltará a ser chamado ao Governo que se mostrava incapaz de resolver a grave crise financeira em que o país se encontrava. Assim, Salazar surge como uma espécie de salvador providencial. Aceita o cargo mas impõe as suas condições. Rapidamente controla não apenas as finanças mas a política do Governo. Em 1932 assume o cargo de Presidente do Conselho, lugar em que se manteve até a doença o incapacitar em 6/9/1968, altura em que Marcelo Caetano assume as funções governativas. Originário de uma família camponesa pobre e de rígida formação católica, revelou-se extremamente conservador, retrógrado e ditador em política. Reprimiu ferozmente todas as formas de oposição ou de liberalização e não cedeu à pressão dos movimentos de libertação das colónias nem das Nações Unidas no sentido de Portugal adoptar um comportamento que acompanhasse e evolução política mundial, pondo fim ao seu império colonial.

25 de abril de 2010

TARRAFAL: CAMPO DE CONCENTRAÇÃO PORTUGUÊS

O CAMPO DA MORTE LENTA
Os apregoados brandos costumes foram, entre nós, uma máscara que ocultava uma realidade de violência e de repressão.
Durante quase meio século, milhares de homens e mulheres sofreram na sua dignidade a prisão, a tortura, a deportação e o exílio.
O campo de concentração do Tarrafal, na Ilha de Santiago, em Cabo Verde, permanece o símbolo dessa ignomínia, entre tantos outros locais em que a liberdade e, muitas vezes, a própria vida, foram arrancadas aos homens e mulheres que se bateram por um futuro melhor.
Campo da morte lenta, aí estiveram encarcerados, entre 1936 e 1954, 357 anti-fascistas, na sua maioria portugueses e, depois da sua reabertura em 1961, aí estiveram aprisionados 227 nacionalistas das ex-colónias de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde.
No campo de concentração do Tarrafal, morreram 36 companheiros, além dos que vieram a sofrer toda a vida das enfermidades lá contraídas.
Coonstruído de acordo com os ensinamentos dos campos de concentração da Itália fascista e da Alemanha nazi, o Tarrafal resultou de uma ordem directa do ditador Salazar e sempre funcionou na dependência da polícia política, a PVDE/PIDE/DGS.
Hoje, quando se assiste ao negacionismo dos crimes cometidos por esse regime e pelos seus dirigentes e executores, importa recordar o que foi esse local de aniquilamento de tantos patriotas, prestando homenagem aos que aí tombaram.

Memórias do Campo da Morte Lenta
Chamavam-lhe "o Campo da Morte Lenta". Os críticos, naturalmente. Que as autoridades, essas, chamaram-lhe primeiro, entre 1936 e 1954, quando os presos eram portugueses, "Colónia Penal de Cabo Verde" e, depois, quando reabriu em 1961 para nele serem internados os militantes anticolonialistas de Angola, Cabo Verde e Guiné, "Campo de Trabalho de Chão Bom".
Trinta e dois portugueses, dois angolanos, dois guineenses perderam ali a vida. Outros morreram já depois de libertados, mas ainda em consequência do que ali tinham passado. Famílias houve que, sem nada saberem do destino dos presos, os deram como mortos e chegaram a celebrar cerimónias funebres.
"Ali é só deixar de pensar. Porque, se não, morre aqui de pensamentos. É só deixar, pronto. Os que têm vida ficam com vida. Nós aqui estamos já quase mortos." A frase é do angolano Joel Pessoa, preso em 1969 e libertado, com todos os outros presos do campo, em 1 de Maio de 1974.
Trailer - Tarrafal - um Campo em Morte Lenta