30 de abril de 2010

PARTIDO POLÍTICO: COMITÉS COMUNISTAS REVOLUCIONÁRIAS MARXISTAS-LENINISTAS: CCRML

CCRML – Os Comités Comunistas Revolucionários Marxistas-Leninistas, como estrutura clandestina marxista-leninista-maoísta foram fundados em finais de 1969, fruto duma cisão ocorrida no seio do Comité Marxista-Leninista Português.
Os CCRML na apresentação do seu manifesto de princípios em Janeiro de 1970 expuseram os motivos gerais para a rotura, na medida em que acusam o CMLP de «dogmáticos na teoria» e «burgueses na prática».
Foram seus dirigentes ou destacados militantes: João Bernardo, principal ideólogo e secretário-geral, António Rocha, Paula Fonseca, João Vieira Lopes, José Mariano Gago, Rui Teives Henriques, Acácio Manuel de Frias Barreiros (1948+2004) e Jorge Paulo Sacadura de Almeida Coelho.
Editou o boletim e órgão teórico VIVA O COMUNISMO, o órgão interno VANGUARDA OPERÁRIA, o boletim LES LUTTES DE CLASSES AU PORTUGAL (em francês), e o jornal CAUSA OPERÁRIA.
Chegou a ter relevantes núcleos clandestinos no Instituto Superior Técnico e na Carris de Lisboa. O seu fundador, João Bernardo, seria expulso da organização logo a seguir ao 25 de Abril, acusado de desvio trotskysta e de ligações «a grupos denunciados pelos camaradas chineses».
Contudo, o próprio João Bernardo, teve a honrosa amabilidade de nos informar que por sua iniciativa abandonou «a organização, junto com alguns militantes, aquando do 25 de Abril».
Os CCRML estiveram na origem da UDP, fundada em Dezembro de 1974, por união formal com os CARP (ML) e URML.
CCRML-Extrema-esquerda maoísta -1969-João Bernardo e J. Vieira Lopes-Cisão do CMLP

PARTIDO POLÍTICO: COMITÉ DE APOIO À RECONSTRUÇÃO DO PARTIDO (MARXISTA-LENINISTA):CARP (ML)

CARP (ML) – O Comité de Apoio à Reconstrução do Partido (Marxista-Leninista) era uma organização clandestina marxista-leninista-maoísta fundada em 1973, em Itália, que se reclamava como continuadora e legatária legítima do Comité Marxista-Leninista Português (CMLP).
Embora detido há muitos anos, Francisco Martins Rodrigues, “Chico Martins”, foi o seu ideólogo máximo, a partir da prisão de Peniche. Logo a seguir ao 25 de Abril funde-se com o Grupo «Luta Comunista», mantendo, contudo, a mesma denominação.
Como seu órgão teórico publica a LONGA MARCHA, e o jornal LUTA COMUNISTA, este a partir de 1974.
Estará na génese da UDP, criada em Dezembro de 1974 como frente eleitoral por junção informal com os grupos CCRML e URML.
Em Maio de 1975 fundiu-se definitivamente com os mesmos agrupamentos para criar a Organização para a Reconstrução do Partido Comunista (Marxista-Leninista).
Esta novel organização, ORPC (ML), por posterior fusão com o CMLP e OCMLP, decidida na conferência de Agosto de 1975, originou o Partido Comunista Português (Reconstruído), PCP (R), constituído em Dezembro de 1975, o qual foi formalmente dissolvido em Dezembro de 1992, e extinto de facto em Agosto de 2002, por acórdão do Tribunal Constitucional.
CARP(ML)-Extrema-esquerda maoísta -1973-Francisco Martins Rodrigues-Cisão do CMLP

PARTIDO POLÍTICO: COMITÉS DE LUTA ANTI-COLONIAL E ANTI-IMPERIALISTA:CLAC

CLAC – Os Comités de Luta Anti-Colonial e Anti-Imperialista foram fundados em 1972, integrada na orgânica clandestina afecta à Organização Comunista Marxista-Leninista Portuguesa (OCMLP), que perfilhava a teoria marxista-leninista-maoísta.
Tinha como objectivos essenciais o «apoio político aos movimentos de libertação», propondo-se participar «no combate ao imperialismo e ao social-imperialismo», na «recusa de defesa da pátria imperialista», na sabotagem do «esforço de guerra da burguesia», advogando «junto dos trabalhadores» a urgência da «derrota do exército colonialista português».
Editava o órgão OS POVOS DAS COLÓNIAS VENCERÃO!, com pelos menos setes números publicados em 1972 e 1973. O grupo diluiu-se naturalmente em 1975, dentro da estrutura geral da OCMLP.
CLAC-Extrema-esquerda maoísta -1972-Estrutura da OCMLP, visando a luta contra a guerra colonial.

1º MAIO DE 1974


1.º de Maio de 1974, o maior dia de festa, uma das maiores manifestações de sempre!




Algumas imagens do 1º de Maio de 1974. Reportagem SIC Notícias

PARTIDOS POLÍTICOS: ALA LIBERAL

ALA LIBERAL – Na X Legislatura de 1969-1973, durante a chamada Primavera Marcelista, um grupo de deputados tomou assento na Assembleia Nacional, com a designação de «Ala Liberal», da qual fizeram parte os seguintes nomes:
Francisco Manuel Lumbrales de Sá Carneiro (1934+1980),
Francisco José Pereira Pinto Balsemão,
João Pedro Miller Pinto de Lemos Guerra (1912+1993),
João Bosco Soares Mota Amaral,
Joaquim Carvalho Macedo Correia,
Joaquim Jorge de Magalhães Saraiva da Mota (1935+2007),
Joaquim Germano Pinto Machado Correia da Silva,
José Gabriel Mendonça Correia da Cunha,
José da Silva,
José Pedro Maria dos Anjos Pinto Leite (1932+1970).
As “eleições” que levarem a Ala Liberal ao Palácio de S. Bento realizaram-se a 26 de Outubro de 1969 e a sessão inaugural teve lugar a 1 de Dezembro desse mesmo ano. Na Legislatura de 1973-1974 apenas José da Silva e Mota Amaral participaram nas actividades do parlamento.
Embora gozando de alguma autonomia no seio do grupo parlamentar da Acção Nacional Popular, a Ala Liberal, na realidade, nunca teve existência legal e jurídica, tendo subscrito em 1970 um projecto de revisão constitucional.
A Ala Liberal almejava ser o «porta-voz dos anseios e reivindicações de muitas centenas de milhares de portugueses», actuando como uma «nova força política não enquadrável».
Por isso foi um factor de crispação no interior do regime e origem de muitas críticas, na medida em que a sua presença foi incessantemente mal aceite pela extrema-direita.
A encenação de abertura, que para a direita do regime foi em demasia e contranatura, ficou aquém das expectativas criadas na sociedade civil e originou a demissão de alguns deputados, como Miller Guerra e Sá Carneiro, contribuindo ainda mais para o isolamento do Presidente do Conselho, e teve, certamente, papel relevante na génese do 25 de Abril.
A sua maioria dos seus elementos apareceu, posteriormente, como fundadores do PPD, logo após o 25 de Abril.
Ala Liberal-Centro-direita -Outubro de 1969-Miller Guerra , Sá Carneiro .Grupo de deputados da ANP

PARTIDO POLITICO: COMISSÕES DE BASE SOCIALISTAS

CBS – As Comissões de Base Socialistas surgiram em Junho de 1973, em resultado duma cisão no seio da Comissão Democrática Eleitoral (CDE), apresentando-se como uma frente unitária visando realizar a «frente popular» conducente a uma «revolução socialista».
Editava o jornal clandestino LUTAR PELO SOCIALISMO, sendo a Isabel do Carmo, antiga militante do MUD Juvenil, do PCP e da CDE, e Miguel de Oliveira e Silva, os dirigentes com maior visibilidade.
Passou formalmente a frente unida de esquerda em 24 de Maio de 1974, unindo militantes do PRP, da LCI e da URML.
CBS-Esquerda revolucionária-Junho de 1973-Isabel do Carmo e Oliveira e Silva-Cisão do Movimento CDE

PARTIDO POLÍTICO:PARTIDO REVOLUCIONÁRIO DO PROLETARIADO BASES PELA REVOLUÇÃO: BRIGADAS REVOLUCIONÁRIAS:BR

PARTIDO REVOLUCIONÁRIO DO PROLETARIADO BASES PELA REVOLUÇÃO
BR – As Brigadas Revolucionárias eram uma organização clandestina de esquerda, do tipo guevarista, que preconizava a acção armada como forma de luta contra o regime fascista e o aparelho militar colonial, a qual procurava «pela prática, a criação duma alternativa revolucionária».
Surgiram em Setembro de 1970, com o apoio formal dos núcleos de militantes duma facção da Frente Patriótica de Libertação Nacional, sedeada na Argélia, englobando também dissidentes do PCP e alguns sectores de católicos progressistas.
O primeiro grupo operacional teria sido simbolicamente fundado no Barreiro, já que a organização tinha como objectivo a «revolução socialista».
A sua primeira acção foi o ataque às instalações da base militar da NATO na Fonte da Telha, a 7 de Novembro de 1971, apresentado em comunicado como um acto de «solidariedade entre o povo português e os povos das colónias».
A este seguiram-se a destruição de uma bateria de canhões em Santo António da Charneca (Novembro de 1971), atentados contra o abastecimento da rede eléctrica de alta tensão a Lisboa (Maio de 1972), destruição de 11 camiões do Exército Português (Julho de 1972), sabotagem das instalações da Marconi (Setembro de 1972), assalto aos Serviços Cartográficos do Exército (Dezembro de 1972), ataque a instalações militares (Distrito de Recrutamento Militar de Lisboa, Quartel-Mestre General do Exército, Quartel-General da Região Militar do Porto, 1973), ataque com explosivos contra o Ministério das Corporações (Maio de 1973), ataque à sede do Movimento Nacional Feminino (1973), rebentamento de um engenho explosivo no Quartel-General do Exército em Bissau (Fevereiro de 1974), etc.
Pelo seu organigrama funcional, estruturado em pequenas brigadas autónomas clandestinas, foi das organizações revolucionárias empenhadas na luta armada contra o regime (LUAR, ARA, BR), a que melhor resistiu à repressão e infiltração da PIDE.
A partir de 1973 passou a estar associado, ideológica e organicamente, ao recém-formado Partido Revolucionário do Proletariado.
Carlos Antunes, antigo militante do PCP e da FPLN, dirigia o aparelho clandestino operacional usando o nome de clandestinidade de “André Sérgio”, enquanto Isabel do Carmo liderava o aparelho logístico das BR. Foram seus destacados militantes, entre outros, Manuel Dias Ramos e António Santana Alho.
Setembro de 1970-Carlos Antunes e Isabel do Carmo-Cisão da FPLN

PARTIDOS POLÍTICOS: FRENTE PATRIÓTICA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL:FPNL

Frente Patriótica de Libertação Nacional (1962)
Surge de uma Conferência das Forças Antifascistas Portuguesas, realizada em Praga, entre 19 e 21 de Dezembro de 1962. Participam na reunião representantes do Movimento Nacional Independente, representado por Manuel Sertório, da Resistência Republicana e Socialita, do PCP e do MAR. Assenta no movimento das Juntas Patrióticas, nascidas em 1959, antes de assentar em Argel, em 1960. Em 9 de Novembro de 1970, a FPLN, instalada em Argel, afasta o representante do PCP, Pedro Soares, e trata de afirmar-se revolucionária. Deste grupo se destacam as Brigadas Revolucionárias, em 1971, e os militantes fundadores do Partido Revolucionário do Proletariado, em 1973. Em 6 de Junho de 1974, os militantes remanescentes, com destque para Manuel Alegre e Fernando Piteira Santos dissolvem a frente, integrando-a nos efémeros Centros Populares 25 de Abril.

PARTIDO POLÍTICO: PARTIDO REVOLUCIONÀRIO DO PROLETARIADO:PRP

Partido Revolucionário do Proletariado (1973)
Dissidência da Frente Patriótica de Libertação Nacional, passa a integrar as Brigadas Revolucionárias, fundadas em 1971. A partir de 31 de Maio de 1974 começam a publicar o jornal Revolução. Destacam-se como dirigentes Carlos Antunes e a médica Isabel do Carmo.
O PRP apoiou a candidatura às eleições presidenciais de 1976 de Otelo Saraiva de Carvalho.
Depois da campanha eleitoral de 1976, com o refluxo dos movimentos sociais e o fim do processo revolucionário, uma cisão no Partido deu origem à Organização Unitária de Trabalhadores (OUT) que se legalizou mais tarde como Força de Unidade Popular (FUP), que apoiou Otelo Saraiva de Carvalho em várias eleições presidenciais.
Outra parte dos dirigentes históricos do PRP não acompanharam a FUP, mas o PRP deixou de existir. Vários dos seus militantes foram vítimas de perseguição policial pelo vínculo entre as velhas BR e um novo grupo armado, as Forças Populares 25 de Abril.

PARTIDO POLÍTICO: FRENTE DE LIBERTAÇÃO DO ARQUIPÉLAGO DA MADEIRA:FLAMA

FLAMA
Frente de Libertação do Arquipélago da Madeira (1974)
Organização independentista madeirense, de cariz contra-revolucionário, surgida em 1974.
Recebe apoio logístico e anímico da CIA, que vê neste grupo mais um foco de resistência face à ameaça de sovietização do poder central português.

PARTIDO POLÍTICO:FRENTE LIBERTAÇÃO DOS AÇORES: FLA

FLA
Frente de Libertação dos Açores (1974)
Tem a primeira manifestação pública em 6 de Junho de 1974. Destaca-se como líder da organização o antigo deputado da Acção Nacional Popular, José de Almeida, com fortes apoios da burguesia micaelense.

PARTIDO POLÍTICO: FORÇAS POPULARES 25 de ABRIL:FP25

FP 25 - Forças Populares 25 de Abril (1980)
Anunciada a formação das FP25, as Forças Populares 25 de Abril (20 de Abril de 1980). Em 3 de Fevereiro de 1981 lançam bomba contra o Banco do Brasil.
Bomba das FP25 em Felgueiras (27 de Setembro de 1981).
Matam gestor em Sacavém em 6 de Outubro de 1982.
Assassinam director-geral dos serviços prisionais em 15 de Fevereiro de 1986.
Começam a ser julgadas em 3 de Outubro de 1986. Otelo é condenado a 15 anos de prisão em 20 de Maio de 1987.

PARTIDO POLÍTICO: EXÉRCITO DE LIBERTAÇÃO DE PORTUGAL:ELP

Exército de Libertação de Portugal (1975)
Exército de Libertação de Portugal 
Entidade clandestina fundada em Madrid em 6 de Janeiro de 1975. Visa derrubar o MFA, considerando o PCP como seu inimigo principal. Divulgada a sua existência no mês de Fevereiro, através de conferência de imprensa de Eurico Corvacho.
O Exército de Libertação de Portugal (ELP) foi uma organização da direita política criada por Barbieri Cardoso (ex-subdiretor da PIDE) e presidida pelo general António de Spínola, no ano de 1975. Estava sediada em Espanha.
O principal objectivo do ELP era lutar contra os movimentos da esquerda política do pós-25 de Abril de 1974, nomeadamente o COPCON (Comando Operacional do Continente) e a LUAR (Liga de Unidade e Ação Revolucionária). Foram considerados como terroristas de extrema-direita chegando a incendiar sedes ligadas ao Partido Comunista[5], atacando a Embaixada de Cuba e assassinando o Padre Max num atentado bombista em 1976.

PARTIDO POLÍTICO:Movimento Democrático para a Libertação de Portugal (1975) :MDLP

O Movimento Democrático para a Libertação de Portugal é formalmente constituído em 5 de Maio de 1975.
A presidência cabe a António de Spínola.
No directório, Dias Lima, responsável pelo Estado Maior; Santos e Castro, pelo Ultramar; Alpoim Galvão pelo sector operativo; no sector político, José Miguel Júdice, Fernando Pacheco de Amorim e José Valle de Figueiredo.
No chamdo Verão Quente de 1975, leva a efeito acções violentas contra partidos de esquerda.
É atribuída a este movimento a autoria moral e material do atentado que, em Abril de 1976, vitimou o Pe. Maximino de Sousa, destacado militante da UDP, e a estudante Maria de Lurdes.

PARTIDO POLÍTICO: PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS (RECONSTRUÍDO): PCP (R)

Partido Comunista Português (reconstruído), inicialmente como (Partido Comunista Português
(Reconstruído), era um partido político em Portugal. PCP (R) foi fundado no congresso unitário em Dezembro 1975, com a fusão do Organização Comunista marxista-leninista Português,.PCP (R) fez o seu segundo congresso dentro 1977. Após a ruptura no meio China e Albânia. Partido comunista de Brasil teve uma influência forte sobre PCP (R).
O PC (R) publicou Bandeira Vermelha.
A liga da juventude de PCP (R) /PC (R) era Liga comunista nova revolucionária (UJCR).
Em 1992 O PC (R) foi rebatizado Comunistas para a Democracia e Progresso (Pela Democracia e Progresso de Comunistas). Em 1995 O CDP fundiu no União Democrática Popular.
É assim que, em Maio de 1974, numa reunião preparatória para a realização do «VI
Congresso» do PCP (m-l), as divergência se acentuam ao ponto de haver uma ruptura. De
um lado, a facção liderada por Vilar.
Do outro, uma facção cuja figura directiva era
encabeçada por Mendes. Cada uma das partes autodenominava-se de PCP (m-l),
identificando-se a facção de acordo com o líder em causa – Mendes ou Vilar.
Como fiéis marxistas-leninistas, ambas as facções criaram estruturas de massas ou
organizações «frentistas»: a facção Mendes criou o Partido de Unidade Popular (PUP),
cujo órgão de imprensa foi o jornal A Verdade; a facção Vilar criou a Aliança Operária
Camponesa (AOC), cujo órgão foi a Voz dos Trabalhadores.
Também ambos publicavam
o Unidade Popular, como órgão central do PCP (m-l).

PARTIDOS POLÍTICOS: PARTIDO REVOLUCIONÁRIO DOS TRABALHADORES: PRT


PARTIDO REVOLUCIONÁRIO DOS TRABALHADORES
Partido Revolucionario Dos Trabalhadores era um partido político trotskyista em Portugal.
PRT foi fundado sobre Janeiro 31, 1975.
PRT publica o Combate Socialista
História
 Durante a sua curta existência, concorreu a duas eleições, com fracos resultados eleitorais. Nas legislativas de 1976 concorreu em quatro círculos eleitorais (Coimbra, Lisboa, Porto e Setúbal) obtendo um total de 5 171 votos (0,09%).
Nesse mesmo ano, concorreu para a Câmara Municipal de Lisboa obtendo 278 votos (0,01%). Em 1978 foi decidida a sua fusão com a Liga Comunista Internacionalista (LCI) formando o Partido Socialista Revolucionário (PSR), oficializado em 1979.
 Pouco depois (aquando da cisão internacional entre a Fracção Bolchevique de Moreno e o Secretariado Unificado da Quarta Internacional), grande parte dos elementos oriundos do PRT abandonaram o PSR, vindo mais tarde a criar a Liga Socialista dos Trabalhadores.
 Cronologia
31 de janeiro de 1975 - fundação do partido
25 de março de 1975 - inscrição do Supremo Tribunal de Justiça
2 de abril de 1979 - oficialização da fusão do PRT e da LCI no PSR

PARTIDO POLÍTICO: RUPTURA/FER

A Ruptura/FER é uma organização politica trotskista portuguesa e é o resultado da fusão entre a Frente de Esquerda Revolucionária (FER), e os jovens activistas do movimento estudantil (Ruptura).
O seu 1ºCongresso realizou-se em Abril de 2000 e o seu 5º Congresso teve lugar em Lisboa em 2008. Os activistas do Ruptura/FER integram o Bloco de Esquerda, animando a sua construção. Na última Convenção Nacional do Bloco de Esquerda ajudaram a impulsionar a Moção C junto com independentes (obtendo cerca de 15% dos votos). Na Conferência de Jovens do BE de 2007, o Ruptura/FER animou uma lista opositora (Lista B) que recolheu cerca de 33% dos votos. Hoje, estão empenhados na construção da corrente Luta Socialista, integrante do Bloco de Esquerda
Integra-se no marco internacional na LIT-QI (Liga Internacional dos Trabalhadores - Quarta Internacional), corrente trotskysta co-fundada por Nahuel Moreno, o Ruptura/FER têm como partidos irmão, o PSTU no Brasil, o PRT-IR na Espanha (integra a Corriente Roja) ou o Partido d`Alternativa Comunista na Itália, entre outros. Em 2008 realizou-se o V Congresso do Ruptura/FER e o IX Congresso Mundial da LIT-QI.
Os seus principais trabalhos estruturais encontram-se no sector da Banca (onde os seus componentes junto com outros sectores animam a construção da Corrente MUDAR dentro do Sindicato de Bancários de Sul e Ilhas) e no movimento estudantil, onde no marco das lutas contra a privatização do Ensino Superior Público, os seus activistas têm vindo a apresentar listas de oposição e movimentos, junto com outros estudantes, em várias faculdades ao longo dos últimos 15 anos (FLUL, ISCTE, AAC, etc).
O Ruptura/FER afirma nos seus estatutos que: "luta contra a exploração capitalista e todas as formas de opressão do ser humano, por um regime de democracia socialista, pelo poder dos trabalhadores, que garanta a transição para o socialismo e o comunismo. Entendemos por socialismo uma sociedade em que o poder é exercido democraticamente pelos trabalhadores e por comunismo uma sociedade sem classes e sem estado. Isso implica o repúdio quer das "experiências" de gestão do capitalismo protagonizadas pela social-democracia (governos PS), quer dos regimes totalitários dominados por um partido único estalinista (governos PCs)".

29 de abril de 2010

PARTIDO POLÍTICO:UNIÃO DEMOCRÁTICA POPULAR: UDP

UDP
A União Democrática Popular (UDP) foi um partido da extrema-esquerda portuguesa, que se destacou pela sua ideologia maoísta e identificação com o regime estalinista da Albânia.
Formou-se em 16 de Dezembro de 1974, a partir de 3 grupos marxistas-leninistas-maoístas, o Comité de Apoio à Reconstrução do Partido Marxista-Leninista (CARP ML), surgido depois de 1974, os Comités Comunistas Revolucionários Marxistas-Leninistas (CCRML), criados em 1970 a partir de uma cisão do CM-LP e que se assumiam como seus verdadeiros sucessores, e a Unidade Revolucionária Marxista-Leninista (URML), surgida em 1971, e que teve uma breve aproximação aos trotskistas. Tem o seu I Congresso em 9 de Março de 1975. Elege um deputado para a Assembleia Constituinte em 25 de Abril de 1975, Américo Duarte, após Pulido Valente, um dos fundadores do CM-LP em 1964, ter sido barrado do cargo por ter visitado um
preso político de então que fora seu amigo de infância e que por sinal era banqueiro.
Em 1976, nas eleições para a 1ª Assembleia Legislativa foi eleito como deputado Acácio Barreiros, um ex-estudante de engenharia que vinha dos CCRM-L e que mais tarde aderiria ao Partido Socialista de que viria também a ser deputado, e nas eleições de 1979 Mário Tomé é eleito deputado à Assembleia da República. Em 1976 participa como principal força política num movimento revolucionário unitário de apoio à candidatura presidencial de Otelo Saraiva de Carva
lho, que chega a obter 16,5% dos votos nacionais, movimento que tenta persistir depois das presidenciais concorrendo com os GDUP às autárquicas de Dezembro de 1976 (apenas 2,49%).
Em 1983 apresenta-se às eleições legislativas coligada com o Partido Socialista Revolucionário, após profundas cisões no interior do PCP(R) de que a UDP se pretendia a "frente de massas" e que levaram ao afastamento de Acácio Barreiros, João Carlos Espada, José Manuel Fernandes e outros, no rescaldo do fim da Revolução e dos GDUP. Só voltará a ter representação parlamentar no período 1991-95, fruto de um acordo com o PCP que leva Mário Tomé de novo à Assembleia da República
.
Na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, o partido consegue em várias ocasiões eleger deputados, conquistando um pequeno eleitorado de agricultores e trabalhadores do sector do artesanato, tendo tido em Paulo Martins o seu principal dirigente regional.
O XVII Congresso da UDP, realizado a 2 e 3 de Abril de 2005, aprovou a passagem do partido a associação política, tendo sido eleito Pedro Soares presidente da direcção da associação.

COLIGAÇÕES:COLIGAÇÃO DEMOCRÁTICA UNITÁRIA: CDU

A CDU - Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV) é uma coligação de esquerda, formada pelo
Partido Comunista Português (PCP) , Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) e Intervenção Democrática (ID).
O seu símbolo consiste em dois quadrados: Quadrado esquerdo - Foice e martelo em cor vermelha; estrela de cinco pontas em cor branca delimitada a vermelho; fundo branco.
Quadrado direito - Girassol com pétalas amarelas e coroa de cor castanha; fundo branco.

PARTIDO POLITICO: FRENTE ELEITORAL COMUNISTA MARXISTA LENINISTA

FEC (ML)
Dezembro de 1974
Frente Eleitoral Comunista
Surge a Frente Eleitoral Comunista, criada pela OCMLP.
A Organização Comunista Marxista Leninista Portuguesa (OCMLP) foi criada em 1972, pela junção dos herdeiros do CMLP, reunindo os membros do jornal O Grito do Povo com os apoiantes de O Comunista. Dará origem, depois de 1974, à FEC, Frente Eleitoral dos Comunistas. Em Maio de 1976, integra-se no PCP (R), Partido Comunista Português (Reconstruído), onde então pontificava Francisco Martins Rodrigues.
História
A Frente Eleitoral dos Comunistas (marxistas-leninistas)
 Em 1975, forma a Frente Eleitoral dos Comunistas (marxistas-leninistas) - FEC(m-l), inscrevendo-se oficialmente como partido, no Supremo Tribunal de Justiça.
A sua linha política defendia o combate ao imperialismo norte-americano e ao social imperialismo Soviético. A Organização Comunista Marxista-Leninista Portuguesa
 Em 1976, altera a sua designação e sigla para Organização Comunista Marxista-Leninista Portuguesa, (OCMLP),3 e ainda nesse ano, une-se ao CMLP e à ORPC(ML) e fundam o PC(R).1 Pouco antes da fusão, a OCMLP tinha passado por um processo de cisão.
A maioria, com forte base no Porto, passou com os planos de fusão para o PC(R).
 Uma minoria, que manteve uma forte ênfase na questão da luta contra o fascismo social, recusou a fusão e continuou uma existência separada, continuando a sua ação e a concorrer a eleições até 1983. Em 1988, o Tribunal Constitucional anota a dissolução da OCMLP, conforme havia sido deliberado no seu V Congresso Nacional

COLIGAÇÕES: FRENTE de UNIDADE POPULAR :FUR

A Frente de Unidade Revolucionária é criada em 25 de Agosto de 1975, inicialmente com a designação de Frente de Unidade Popular, com a participação do PCP (que a abandonaria no dia 28 de Agosto), do MDP/CDE, do MES, da FSP - Frente Socialista Popular, da LUAR, da LCI e do PRP/BR; esta aparece com o intuito de apoiar o V Governo Provisório e como reacção às manifestações promovidas e lideradas pelo PS - Partido Socialista

PARTIDO POLÍTICO:Grupos Dinamizadores de Unidade Popular

Grupos Dinamizadores de Unidade Popular
Os Grupos Dinamizadores de Unidade Popular (GDUP's) foram um partido português, já dissolvido, fundado em 1976.
 Partido de carácter frentista, visava a criação de uma frente popular aberta a todos os antifascistas revolucionários, na luta pelo socialismo.
 Publicou o Boletim "A Luta Continua" História
Havendo já referências da sua existência desde 1974 (GDUP), este movimento ganhou força em 1976, quando formou uma frente que juntou UDP, MES, FSP e PRP, em apoio à candidatura presidencial de Otelo Saraiva de Carvalho, onde este obteve um resultado histórico, com 792 760 votos (16,2%).
Ainda nesse ano os GDUP's inscreveram-se oficialmente como partido, concorrendo logo depois às eleições autárquicas de 12 de dezembro de 1976, obtendo um resultado muito abaixo das expectativas (2,49%).
Em 1977 o partido cessou a sua actividade, tendo sido anotada oficialmente a sua dissolução em 1997.
 Cronologia
28 de setembro de 1974 - manifestação-comício de 28 de setembro de 1974
27 de junho de 1976 - constituição da frente de apoio à candidatura presidencial de Otelo Saraiva de Carvalho
 5 de julho de 1976 - reunião dos GDUP's no Instituto Superior Técnico
13 de agosto de 1976 - "A Luta Continua", nº.16 11 de setembro de 1976 - comunicado da Comissão Nacional Provisória de Unidade Popular
25 de outubro de 1976 - inscrição do Supremo Tribunal de Justiça1
5 de novembro de 1976 - congresso dos GDUP's8 12 de dezembro de 1976 - concorreu às eleições autárquicas
1977 - cessou as suas actividades
12 de novembro de 1997 - oficialização da dissolução do partido

PARTIDO POLÍTICO: FRENTE DE ESQUERDA REVOLUCIONÁRIA: FER

FER
A Frente de Esquerda Revolucionária (FER), foi um antigo partido politico português de índole comunista e é o resultado da fusão entre uma das múltiplas dissensões trotskystas a operar em Portugal, e um pequeno grupo radical de jovens activistas do movimento estudantil. Gil Garcia, licenciado em filosofia, destacou-se durante muitos anos na liderança do partido.
Em 2000, fundiu-se para dar origem a Ruptura/FER.

ESTADO NOVO: SALAZARISMO E MARCELISMO

Até ao golpe de estado de 25 de Abril de 1974, estava instaurado em Portugal um regime ditatorial e
autoritário que dava pelo nome de Estado Novo. O modelo não era nosso e já existia noutros países da Europa,como era o caso da Itália,por exemplo.
O Estado Novo era um sistema político desenvolvido a partir da afirmação da necessidade de intervenção do estado na vida económica e social e da autoridade do governo e condicionamento das liberdades individuais, em nome do interesse geral e da protecção e promoção social das classes trabalhadoras num clima de paz social.
Esta nova concepção de gestão política surgiu face à falência da concepção liberal e
individualista do estado, generalizada um pouco por toda a Europa, após a I Grande Guerra, durante o período em que diversas revoluções nacionalistas tiveram lugar.
Em Portugal, o Estado Novo surgiu logo após a revolução de 28 de Maio de 1926, que
arrastou duas correntes de pensamento político reorganizador. Por um lado, defendia-se que o objectivo da ditadura militar seria reestruturar o sistema partidário e devolver o poder aos partidos políticos; por outro lado, afirmava-se a criação de um novo regime republicano, livre das vicissitudes da democracia liberal, com características de Estado Novo, isto é, o predomínio de um sistema presidencialista aliado a um sistema económico e social corporativo.
Marcello Caetano
Foi esta segunda corrente que prevaleceu, apoiada na Constituição de 1933. A primeira referência à expressão “Estado Novo” foi proferida num discurso do ministro do interior, Pais de Sousa, em 1931.
A grande figura do Estado Novo em Portugal foi António de Oliveira Salazar. Ingressando como ministro das Finanças nos governos da ditadura militar a partir de 1928, Salazar implantou em poucos anos um regime autoritário de fachada eleitoral, com um partido único, uma polícia política, censura prévia e a repressão das oposições políticas. Nascia o Estado Novo, uma ditadura do chefe de governo com uma Constituição corporativa (1933).
Alicerçado num estado forte, e com uma austera política deflacionista e de contenção
orçamental, Salazar governaria o país sob o lema “orgulhosamente sós”, marcando
profundamente o século XX português.
Depois de Salazar abandonar o poder em 1968, devido à queda de uma cadeira e
consequente hemorragia cerebral, os destinos do regime ditatorial foram entregues a
Marcello Caetano, que viria a ser derrubado no dia 25 de Abril de 1974.




Recorda-o não só nos dias de festa from Videoteca Municipal de Lisboa on Vimeo.

CONSTITUIÇÃO DE 1933: ESTADO NOVO

A Assembleia Nacional na Constituição de 1933
Longe dos debates de uma assembleia constituinte, a Constituição de 1933 foi plebiscitada a partir de um projecto de constituição concebido e elaborado pelo Presidente do Conselho de Ministros, António de Oliveira Salazar, coadjuvado por um pequeno grupo de colaboradores.
A Constituição de 1933, embora formalmente estabelecesse um compromisso entre um estado democrático e um estado autoritário, permitiu que a praxis política conduzisse à rápida prevalência deste último.
Os direitos e garantias individuais dos cidadãos previstos na Constituição, designadamente a liberdade de expressão, reunião e associação, serão regulados por "leis especiais".
A primeira Assembleia Nacional foi eleita em 1934 por sufrágio directo dos cidadãos maiores de 21 anos ou emancipados. Os analfabetos só podiam votar se pagassem impostos não inferiores a 100$00 e as mulheres eram admitidas a votar se possuidoras de curso especial,secundário ou superior. O direito de voto às mulheres já fora expressamente reconhecido pelo decreto 19.894 de 1931, embora com condições mais restritas que as previstas para os homens.
A capacidade eleitoral passiva determinava que podiam ser eleitos os eleitores que
soubessem ler e escrever e que não estivessem sujeitos às inelegibilidade previstas na lei, onde se excluíam os "presos por delitos políticos" e "os que professem ideias contrárias à existência de Portugal como Estado independente, à disciplina social...". É na I Legislatura da Assembleia Nacional que encontramos, pela primeira vez, três mulheres Deputadas.
A Assembleia Nacional, prevista nesta Constituição, tinha estrutura monocameralista. Existia também a Câmara Corporativa, que era um órgão de consulta, embora, de facto, se tivesse transformado num importante centro de grupos de pressão, representando interesses locais e socio-económicos.
Na versão original do texto constitucional, o poder legislativo é atribuído exclusivamente à Assembleia Nacional, embora essa actividade legislativa se devesse restringir à aprovação das bases gerais dos regimes jurídicos, permitindo-se que o governo legislasse no uso de autorizações legislativas ou "nos casos de urgência e necessidade pública", devendo, neste caso, o governo apresentar o decreto-lei à Assembleia, para ratificação, nas cinco primeiras sessões após a sua publicação.
As sucessivas revisões constitucionais haveriam de subverter o primado de jure da
competência legislativa do Parlamento que, de facto, nunca teve e que culminou na revisão de 1945, em que o governo passou a ter competência para legislar através de decretos-leis também fora dos casos de urgência e de necessidade pública.(3)
O instituto da ratificação (direito da Assembleia alterar legislação produzida pelo Governo) já tinha sido mitigado na revisão constitucional de 1935, sujeitando-se à fiscalização apenas os decretos-leis publicados durante a sessão legislativa, aparecendo na última revisão da Constituição em 1971 uma figura processual semelhante à ratificação tácita, no caso de não ser requerida pelos Deputados.
A reserva absoluta de competência legislativa é substancialmente alargada na revisão
constitucional de 1971, embora sempre através de bases gerais a desenvolver pelo Governo.
O direito de iniciativa legislativa pertencia, indistintamente, aos Deputados (limitado, depois da 1ª revisão constitucional, a projectos que não viessem a envolver aumento de despesa ou diminuição das receitas), e ao Governo, excepto as iniciativas de lei de matérias referentes ao ultramar, as quais, depois da última revisão constitucional, passam para a competência exclusiva do Governo.
Depois desta revisão é mesmo reconhecida ao Presidente do Conselho a intervenção na
fixação da agenda dos trabalhos parlamentares.
O período da legislatura é fixado em quatro anos e a sessão legislativa começou por ter uma duração de três meses improrrogáveis, para se fixar, com a revisão constitucional de 1971, em três meses e meio, divididos em dois períodos, podendo o Presidente da República convocar extraordinariamente a Assembleia ou adiar as suas sessões.
O parlamento do Estado Novo pode ser dissolvido pelo Presidente da República sempre que este o entender e "assim o exigirem os interesses superiores da Nação"- é a fórmula constitucional adoptada - bastando-lhe ouvir o Conselho de Estado.
É o Presidente da República que dá à Assembleia Nacional poderes constituintes para esta proceder às revisões constitucionais, podendo inclusive indicar as matérias a rever, "quando o bem público imperiosamente o exigir".
É também ao Chefe de Estado que compete em exclusivo a nomeação, exoneração e mesmo
o acompanhamento político da actividade do Governo, não tendo a Assembleia quaisquer
competências constitucionais nestas matérias, na medida em que os ministros respondem
politicamente perante o Presidente do Conselho e este responde apenas perante o Presidente da República.
A Assembleia Nacional reuniria pela última vez, sem quórum, na manhã de 25 de Abril de 1974, data do derrube do Estado Novo pelo Movimento das Forças Armadas.
(1) Esta foi a única Constituição a ser aprovada por sufrágio referendário. Num universo eleitoral de cerca de um milhão e trezentos mil eleitores, as abstenções e os votos em branco contaram como votos a favor. A entrega do boletim em branco - onde constava a pergunta "Aprova a Constituição da República Portuguesa?" - contava
como um "sim", enquanto que o "não" deveria ser expressamente escrito. O sufrágio era obrigatório e muitas das liberdades fundamentais estavam restringidas.


SALAZAR_CONSTITUIÇÃO 1933

28 de abril de 2010

INDEPENDÊNCIA DAS COLÓNIAS

O programa do MFA tinha como grandes objectivos democratizar, desenvolver e descolonizar. 
Por isso, a descolonização foi considerada prioritária para o 1º Governo Provisório.
Em Julho de 1974, o Presidente da República, general António de Spínola, reconheceu o direito à autodeterminação e à independência das nossas colónias.
As negociações com os movimentos de libertação levaram, ainda em 1974, à independência da Guiné-Bissau (10 de setembro de 1974 ).
 Em Junho de 1975 (25 de Junho de 1975 ),Moçambique alcançou a independência e , em Julho do mesmo ano , Cabo Verde (5 de Julho de 1975 ) e São Tomé e Príncipe (12 de Julho de 1975 ). Em Novembro(11 de novembro de 1975) foi a vez de Angola se tornar um Estado independente. À excepção de Macau e Timor, (28 de Novembro de 1975) todas as colónias portuguesas se tornaram independentes.
Portugal restituiu Macau à China apenas em 1999(20 de Dezembro de 1999) .
Timor-Leste, cujo processo de descolonização foi interrompido pela invasão da Indonésia, só se tornou independente em 20 de Maio de 2002 .
Acordo de Alvor
Acordo, assinado a 15 de Janeiro de 1975, nos termos do qual Portugal reconhecia a independência de Angola, transferindo o poder para o MPLA, a UNITA e a FNLA.
Desentendimentos entre os três partidos africanos, porém, viriam a redundar numa violenta e prolongada guerra civil, com o MPLA a ocupar a administração de Luanda.
 Este acordo ficou conhecido pelo nome da vila onde foi assinado, pertencente ao concelho de Portimão.

EDUARDO MONDLANE: FRELIMO: MOÇAMBIQUE

Eduardo Mondlane (1920-1969)
Dirigente nacionalista moçambicano, foi o primeiro presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e, antes de mais, o líder unificador dos vários movimentos e organizações que deram origem àquela frente. Homem do Sul, culto, professor universitário nos EUA, casado com uma cidadã americana e funcionário das Nações Unidas, Mondlane dedicará o melhor dos seus esforços a manter unidas
as tendências dos grupos e a promover, pela educação, a preparação de quadros para o
futuro Moçambique independente, dentro de uma linha anglo-saxónica de acesso à
independência das colónias, que passava pela formação de uma esclarecida consciência
nacional anti-racista e antitribal.
Foi morto pelo rebentamento de um livro armadilhado, em 3 de Fevereiro de 1969, em Dar-es-Salam, numa acção a que têm sido associados a PIDE/DGS e o antigo dirigente maconde Lázaro Kavandame, que se entregara às autoridades portuguesas.

ARISTIDES PEREIRA: PAIGC: GUINÉ- BISSAU

Aristides Maria Pereira (1923-2011)
Político cabo-verdiano foi, juntamente com Amílcar Cabral, um dos fundadores do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), integrando a comissão política do Comité Central desde 1956, onde exerceu o cargo de secretário-geral adjunto.
Depois do assassínio de Amílcar Cabral, em Conacri, acção em que ele próprio foi
preso pelos criminosos e embarcado numa lancha que se dirigia para a Guiné-Bissau, assumiu as funções de secretário-geral.
Foi o primeiro Presidente da República da Guiné, gerindo conflitos de interesses entre cabo-verdianos e guineenses, até à ruptura que ocorreu e separou a Guiné de Cabo Verde.

JONAS SABIMBI: UNITA: ANGOLA

Jonas Savimbi (1934-2002)
Político angolano, fundador da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola). Frequentou o sétimo ano do liceu em Lisboa, de onde saiu em 1961 apoiado por uma organização protestante americana, que dirigia jovens estudantes para o escritório da UPA em Paris.
Foi funcionário da UPA, tendo sido representante de Holden Roberto na
Europa no início dos acontecimentos desencadeados por aquele movimento no Norte de
Angola, em Março de 1961, e secretário-geral e ministro dos Negócios Estrangeiros aquando da fundação da FNLA e da constituição do GRAE. Desde o início da sua actividade política, Savimbi manteve contactos privilegiados com organizações políticas e religiosas conotadas com a CIA americana e promoveu
repetidamente tendências fraccionastes de raiz étnica.
Em 1964, demitiu-se de ministro do GRAE e de secretário-geral da FNLA e publicou um
documento intitulado Amangola, propondo a luta armada como solução contra o
colonialismo português. Aproximou-se do MPLA enquanto esteve em Brazzaville, de onde se deslocou para Lusaca, capital da Zâmbia, estabelecendo relações com as embaixadas da República Popular da China e dos EUA.
Depois de uma visita aos Estados Unidos, em Janeiro de 1966, um pequeno grupo armado
atacou a povoação de Teixeira de Sousa, em 6 de Fevereiro, naquela que é a primeira acção reivindicada pela UNITA, que contava com quadros militares formados na China e políticos ligados aos EUA, com Jeremias Chitunda. Desde 1969 são referenciados contactos seus com as autoridades coloniais portuguesas, nomeadamente com a DGS, os quais vieram a culminar na Operação Madeira.
Esta acção traduziu-se num protocolo de colaboração de Savimbi com as forças portuguesas, em que este se comprometeu combater o MPLA no Leste de Angola, em troca do apoio dos militares à acção da UNITA junto das populações controladas por este movimento.



Entrevista sobre as eleições de 1992 em Angola

MÁRIO DE ANDRADE: ANGOLA:MPLA

Mário de Andrade (1928-1990)
Dirigente nacionalista angolano, foi um dos primeiros e mais destacados líderes do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), juntamente com Viriato da Cruz.
Pertencia a uma família de angolanos nacionalistas, sendo o seu pai fundador, em 1928, da Liga Nacional Africana. Em 1948, juntamente com o seu irmão Joaquim, iniciou estudos de Filologia Clássica na Universidade de Lisboa.
Aqui, os irmãos Pinto de Andrade relacionaram-se com estudantes das colónias, participando, com Agostinho Neto e outros, na criação do Centro de Estudos Africanos.
Perseguido pela PIDE, refugiou-se em Paris,formando-se em Sociologia pela Sorbonne. Mário de Andrade vai distinguir-se por sempre ter lutado pela unidade entre todos os movimentos de libertação contra o colonialismo português, sendo muito próximo de Amílcar Cabral, Marcelino dos Santos e Aquino de Bragança, com os quais fundou o MAC,
Movimento AntiColonial.
Afastar-se-ia progressivamente do MPLA, tendo trabalhado no final da sua vida em Moçambique e na Guiné-Bissau.

HOLDEN ROBERTO:FNLA: ANGOLA

Holden Roberto (1924- 2007 )
Dirigente nacionalista angolano, com um percurso atribulado no seio dos movimentos anti coloniais.
Iniciou a sua actividade em 1954, com a fundação da União dos Povos do Norte de Angola (UPNA), uma organização de povos bacongos, mais tarde designada UPA para lhe retirar o carácter tribal. Em 1960, assinou um acordo com o MPLA, que rompe passados seis meses, decidindo assumir por si só a liderança da luta contra o colonialismo português.
A sua grande acção teve início no dia 15 de Março, no Norte de Angola, com o assalto às fazendas do café e a morte indiscriminada de colonos brancos e trabalhadores negros bailundos.
A brutalidade e a ausência de finalidade desta acção, em que os objectivos políticos e militares nunca foram
esclarecidos, mancharam toda a subsequente luta anticolonial e forneceram ao regime
português as imagens de horror e barbárie que lhe permitiram apelar à mobilização para a guerra.
Em 1962, criou a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), da qual se tornou presidente.
Esta organização constituiu o Governo Revolucionário de Angola no Exílio(GRAE), onde Jonas Savimbi surge como ministro dos Negócios Estrangeiros.
Holden Roberto manteve sempre uma estreita ligação com Mobutu, presidente do Zaire, país em que se instalaram as bases do movimento.
Embora tenha recebido armas dos países de Leste, a sua ligação privilegiada foi sempre com os EUA, que lhe pagam uma avença anual e fornecem conselho técnico, inclusive com a presença de agentes nas suas bases.

SAMORA MACHEL: FRELIMO: MOÇAMBIQUE

Samora Machel (1933-1986)
Samora Machel era uma força da natureza que libertava energia e tinha um carisma que contagiava e fazia agir.
Antigo enfermeiro, nascido no Sul de Moçambique, pertence ao primeiro grupo de nacionalistas moçambicanos que rompe com o marasmo da discussão política e decide passar à luta armada.
Estará sempre ligado às tarefas da organização militar, porque entende que é através de acções bélicas que tudo o resto virá.
E o tudo era não só a independência política formal de Moçambique, mas o estabelecimento de novo poder e de nova sociedade.
Samora foi, no campo da ideologia, o líder de concepções mais revolucionárias, as quais motivaram cisões e conflitos internos com várias personalidades e grupos com diferentes visões dos caminhos para alcançar a independência, das quais resultaram, entre outros, o afastamento de Uria Simango e de Lázaro Kavandame, que se entregou às autoridades portuguesas. Samora soube reunir à sua volta um grupo coeso, unificador e eficaz para conduzir a manobra político-militar. Ao decidir transferir o esforço da Frelimo do Norte de Moçambique para Tete, centrando a guerra à volta do empreendimento de Cahora Bassa,mesmo à custa de maiores riscos, provocados pela proximidade da África do Sul e da Rodésia, e de menores apoios, pela distância às suas bases na Tanzânia, revela uma leitura da situação que os dirigentes políticos portugueses não tiveram ao decidir a construção da barragem. Samora Machel soube aproveitar da melhor forma a opurtunidade, que lhe foi oferecida de bandeja, de escolher o lugar e o momento da batalha decisiva, e por isso ganhou a guerra.

AGOSTINHO NETO: MPLA: ANGOLA

Agostinho Neto (1922-1979)

Este médico angolano (Agostinho Neto) formado em Lisboa, fez parte, com Amílcar Cabral e Mário Andrade, entre outros, da geração de estudantes africanos que, tendo ganho consciência nacionalista, viria a desempenhar papel decisivo na independência dos seus países. Preso pela PIDE e deportado para o Tarrafal, foi-lhe fixada residência em Portugal, de onde fugiu para o exílio, assumindo a direcção do MPLA, do qual já era o presidente honorário desde 1962.
O que caracteriza a acção política deste homem culto, intelectualmente respeitado e poeta de reconhecido mérito, é a dificuldade em afirmar a autoridade no interior do seu movimento e de se impor externamente. A sua história e a história do seu MPLA são uma sucessão de rupturas e dissenções internas: com Viriato da Cruz, com Mário de Andrade, e com os elementos da Revolta Activa, que impedem a congregação à sua volta do apoio inequívoco dos nacionalistas internacionais, de modo a transformar o MPLA em pólo unificador da luta anticolonial, atraindo outros movimentos e formações, como aconteceu, na Guiné, com o PAIGC de Amílcar Cabral, e com a Frelimo da Samora Machel, em Moçambique.

GUERRA COLONIAL

A guerra colonial iniciou-se em 1961 e só terminaria em 1974. Esta guerra teve graves consequências

para Portugal.
  • elevado número de mortos (cerca de 9 000), feridos (mais de 25 000) e deficientes (mais de 30 000);
  • diminuição de mão de obra activa devido à redução da população jovem;

  • elevadas despesas com o equipamento militar em vez de se modernizar o país;

  • isolamento do país a nível internacional.
Apesar da condenação dos outros países, o Governo de Salazar persistiu com a guerra colonial e continuou a defender a sua posição "Orgulhosamente sós". Esta situação veio a contribuir para a queda do Estado Novo, em 1974.

AMÍLCAR CABRAL: PAIGC

Amílcar Cabral (1924-1973)
Amílcar Cabral ocupou um dos mais importantes lugares entre todos os dirigentes nacionalistas das colónias portuguesas. A ele se deve o essencial das doutrinas, das estratégias, da organização de esforços e do estabelecimento de objectivos na luta contra o regime colonial português. Os seus princípios procuraram ser claros tanto quanto à Guiné, como aos povos dos outros territórios portugueses, tendo orientado o seu pensamento e acção por duas ideias fundamentais: a
luta nacionalista fazia-se contra o regime português e não contra o povo português, também ele vítima da ditadura; e a luta contra o regime português era a luta comum dos nacionalistas de todas as colónias portuguesas. A sua morte não afectou a caminhada da Guiné-Bissau para a proclamação da independência, mas viria a pôr em causa aquele que terá sido o seu mais acarinhado sonho – juntar as suas duas pátrias, Guiné e Cabo Verde.

1924, 12 de Setembro: Nasce em Bafatá, Guiné - 1932: Vai para Cabo Verde - 1943: Completa no Mindelo o curso liceal - 1944: Emprega-se na Imprensa Nacional, na Praia - 1945: Com uma bolsa de estudo, ingressa no I. S. Agronomia, em Lisboa - 1950: Termina o curso e trabalha na Estação Agronómica de Santarém - 1952: Regressa a Bissau, contratado para os S. Agrícolas e Florestais da Guiné - 1955: O governador impõe a sua saída da colónia; vai trabalhar para Angola; liga-se ao MPLA - 1956: Criação em Bissau do PAIGC - 1960: O Partido abre uma delegação em Conacri; a China apoia a formação de quadros do PAIGC - 1961: Marrocos abre as portas aos membros do Partido - 1963, 23 de Janeiro: Início da luta armada, ataque ao aquartelamento de Tite, no sul da Guiné; em Julho o PAIGC abre a frente norte - 1970, 1 de Julho: O papa Paulo VI concede audiência a Amílcar Cabral, Agostinho Neto e Marcelino dos Santos; 22 de Novembro: O governador da Guiné-Bissau decide e Alpoim Calvão chefia a operação de "comando" "Mar Verde" destinada a capturar ou a eliminar os dirigentes do PAIGC sediados em Conacri: fracasso! - 1973, 20 de Janeiro: Amílcar Cabral é assassinado em Conacri.